Três verdades que seu orientador não revela nem sob tortura – e como lidar com elas.

Olá pessoal, tudo bem?

Voltei pra comentar um pouco sobre um insight muito interessante que eu tive esses dias. Pois bem. Com minha vasta experiência no ramo da assessoria acadêmica, descobri que certos comportamentos são idênticos em todo orientador, ou seja, são todos iguais, variando tão-somente o endereço da universidade onde trabalham. As três verdades que vou destacar nesse post são tão reais quanto o ar que você respira, e podem causar muitos problemas se você não souber como lidar com elas.

Sem mais delongas, ovou logo avisando que a finalidade do post é informar e (se possível) entreter. Nada de polêmicas aqui, mas qualquer dúvida é, e sempre será, bem vinda. Vamos à discussão?

Orientação é casamento.

Antes de começar a falar, que tal mais uma vez refletir direitinho sobre esse lance de escolher o melhor orientador? É complicado pensar nisso e atuar nessa frente porque nem sempre a pessoa mais capacitada é a melhor pra te orientar. Por isso a escolha do orientador deverá ser um assunto tão pensado quanto a escolha do tema. Mas sem mais delongas, sugiro ver o vídeo a seguir.

Agora que introduzimos o nosso assunto, vamos ao que interessa: quais são as três verdades que todo orientador esconde, mas que no final das contas, são uma constante em qualquer processo de construção de pesquisa científica.

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Vida de orientador não é fácil. Mas a de orientando também não fica atrás!

Três verdades e como lidar com elas.

#1 – Ele não sabe muito mais que você sobre o seu tema.

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Ele não quer. Ele não pode. Ele não fará nada por você.

Antes de escandalizar-se com a afirmação, pense que o seu tema envolve particularidades que só você conhece. Os milhares de títulos que o seu orientador tem, na prática, não servem muito se você não explicar pra ele tim-tim por tim-tim como funciona a perspectiva de abordagem que você quer utilizar, e como você pretende desenvolve-la. Isso se aplica a toda pesquisa, mas é essencial que se tome mais cuidado na pesquisa de campo.

COMO LIDAR COM ISSO? Antes de conversar com seu orientador, faça um rascunho, de próprio punho, mesmo, sobre o que você quer falar e, principalmente, COMO você quer fazer esse processo. Isso porque estas informações são cruciais para seu orientador “balizar” os conhecimentos que possui com aquilo que você quer transmitir, de modo que a sua pesquisa faça sentido. Se você não tem certeza sobre certo assunto, ou se não tem segurança na abordagem. Mostre seus rascunhos, desenhe, se for preciso, mas não vá pra orientação sem saber o que fazer antes do que tem que ser feito (no caso, construir a pesquisa).

#2 Ele não está “tão aí” pra você.

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Você só é especial pra sua mãe. E se for filho(a) único.

Porque ele tem vários outros orientandos. Ah! Aproveitando a deixa, antes de ser lido, seu projeto de pesquisa ou capítulo da monografia pode passar um estágio no assoalho do carro, na escrivaninha, no armário da faculdade… enfim, em todo lugar, menos na frente dos olhos do seu orientador. Não se surpreenda ao ver aquela cara de “quem é esse doido e do que ele tá falando?” depois daqueles quinze dias que você tentou uma nova orientação. Especialmente se você estuda em “certas” instituições.

COMO LIDAR COM ISSO? Tem dois jeitos. O mais delicado é reapresentando o tema ao seu orientador, toda vez que vocês se encontrarem, tanto porque isso pode ajudar ele a ver novas perspectivas sobre seu tema, quanto porque você também retoma a linha do raciocínio. Na maioria das vezes, o orientador não é relapso por maldade, mas em algumas vezes, sim. Nesse caso é apelar pro segundo jeito que é, literalmente, confrontando ele. Mas só vá se você tiver todos os meios possíveis para comprovar que você tem razão, senão o que está ruim, pode ficar pior ainda.

#3 Dificilmente ele está feliz te orientando.

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Pois é. Não tá fácil pra ninguém.

E a causa disso é porque as universidades obrigam os orientadores, em muitos casos, a pegar mais orientandos do que eles gostariam. Em outros casos, há muita pressão no dia-dia, principalmente quando ele ainda está em processo de formação, construindo teses e outras coisas. Nesse caso, não se espante se rolar um pouco (no limite aceitável, claro) de indisposição e até má vontade. Em alguns casos, até um xilique de vez em quando.

COMO LIDAR COM ISSO? Na minha opinião, tem também duas alternativas. A mais simples é você explicar que não gostaria de estar nessa situação tanto quanto ele – mas precisa. Então tente conversar com ele sobre melhores e mais práticas formas de orientação. Em tempos de Skype, WhatsApp Messenger, IMO, entre outros, estar frente a frente do seu orientador não é mais uma questão de presença física. A outra possibilidade é você usar a técnica do “toma lá, dá cá”, mas só recomendo se você estiver apaixonado pelo seu tema. Mostre pro seu orientador que seu texto tem potencial suficiente para se tornar uma excelente tese de mestrado, um artigo pro Lattes de ambos, enfim, que não é uma tremenda perda de tempo.

TRETA BÔNUS

Seu orientador não tá nem aí pra ABNT.

Porque… sabe Deus. Mas eles gostam de pegar o esqueleto da norma e mexer ao bel-prazer. Tem faculdade por aí que resolve adotar os seus próprios manuais, e em alguns casos os TCCs saem tão enfeitados quanto jumentos de cigano. O mais engraçado é que a própria ABNT autoriza essa possibilidade, como discutido nesse post aqui. Fora que tem horas que eles pedem de um jeito, depois de outro, a banca pede mais outro… e o orientando fica a ver navios.

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Num oferecimento do Orientador Pirado, a “Monografia imprestável”. A megalomania de determinados mestres beira o ridículo.

 

Diante desse tipo de comportamento, é natural que o orientando fique um pouco desconcertado e sem saber exatamente que atitudes tomar. Afinal de contas, quando o trabalho envolve o compromisso dele, é de se esperar que ao menos um parágrafo se aproveite, não é mesmo. No caso ilustrado acima, do argumento à escrita, na opinião do orientador estavam um lixo.

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Só resta a indignação. Mas, se não rolar o diálogo, não tem condições de o trabalho fluir de verdade.

COMO LIDAR COM ISSO? Pra não comprar gato por lebre, o orientando tem que ficar esperto: acerte com seu orientador todas as regras e, se possível, dê um jeitinho de levar todas elas impressas. Qualquer dúvida, recorra à ABNT e sob nenhuma circunstância se deixe levar pelos devaneios do seu orientador, afinal de contas, de que adianta a norma existir, se ninguém respeita ela?

 

 

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